SOB O SIGNO DA TEMPERANÇA
Há um ritmo secreto no universo, um pulsar que não se apressa nem hesita. Sob o signo da Temperança, tudo parece caminhar ao compasso exato desse ritmo invisível. É o equilíbrio entre o fogo que consome e a água que apazigua. Não é a ausência de extremos, mas a dança delicada entre eles.
Temperança é uma palavra sussurrada pelo vento, uma promessa de que o caos pode ser domado sem ser apagado. É o sabor que surge quando misturamos dois ingredientes em harmonia, cada um trazendo à tona o melhor do outro. Não é renúncia, é alquimia. Não é contenção, é arte.
Em um mundo que insiste em extremos, Temperança é um refúgio silencioso. É a voz interna que sussurra: "Espere. Escute. Respire." É o gole de água no meio da tempestade, o instante entre o trovão e o relâmpago, onde o coração encontra um ponto de repouso.
Sob esse signo, percebemos que o poder não está em correr, mas em caminhar. Não em gritar, mas em sussurrar. Não em possuir, mas em compartilhar. É quando a vida deixa de ser um ato frenético para se tornar um fluxo sereno, como um rio que corre entre as pedras, moldando-as sem pressa, sem violência.
Sob o signo da Temperança, aprendemos que o meio-termo não é fraqueza, mas sabedoria. Que o equilíbrio não é um ponto fixo, mas uma constante negociação. É a coragem de dizer "basta" quando o mundo exige "mais". É encontrar paz não na ausência de conflito, mas na aceitação da dualidade que vive em nós.
E assim, sob esse signo, não somos estáticos. Somos artesãos do nosso próprio tempo, tecendo os fios da vida com paciência, cuidado e amor. Sob o signo da Temperança, descobrimos que o essencial não é conquistar, mas compreender. Não é lutar contra o fluxo, mas aprender a nadar com ele.