SABER ENCANTAR
Saber encantar é mais do que saber falar bem ou ter presença marcante. É uma delicadeza rara, que nasce do coração e floresce nos pequenos gestos. É caminhar pelo mundo deixando rastos de beleza, não nos lugares, mas nas pessoas.
Encantar é olhar nos olhos com verdade, ouvir com atenção plena, e tocar a alma do outro sem precisar sequer estender a mão. É oferecer calma no caos, sorriso na dor, abrigo na dúvida. Quem sabe encantar tem um brilho que não cega — ilumina.
Não se trata de aparência, e muito menos de querer impressionar. Quem encanta de verdade não faz força. Encanta porque é inteiro. Porque sabe ser simples sem ser superficial. Porque transmite paz sem se esconder da própria intensidade.
Encantar é um gesto silencioso que diz: “estou aqui e vejo você”. É um jeito de existir que não grita, mas ecoa. Está na leveza com que se vive, na honestidade com que se sente, e no respeito com que se encontra o outro.
Quem encanta tem um dom: transforma o ambiente sem se dar conta. A presença é bálsamo, a conversa é ponte, o riso é lar. É alguém que, mesmo em silêncio, conforta. Mesmo de longe, inspira. Mesmo sem querer, fica.
E é justamente isso que torna o encanto tão poderoso: ele não prende, não exige, não cobra. Ele liberta. Ele revela. Ele mostra que ser encantador é, acima de tudo, ser humano — no melhor sentido que essa palavra pode ter.
Saber encantar, afinal, não é sobre conquistar. É sobre tocar. E quem toca de verdade, permanece.