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Helena Sacadura Cabral

Helena Sacadura Cabral

AMAR E DESEJAR

Amar e desejar, dois movimentos da alma que muitas vezes se entrelaçam, mas que têm nuances e ritmos próprios, como se fossem danças distintas, mas que, por vezes, se tornam uma só. Amar é como respirar profundamente em um espaço seguro, é o conforto de encontrar no outro um lugar onde a vulnerabilidade se torna a nossa força. Amar é o toque suave que acalma as feridas, o olhar que entende, mesmo sem palavras, e o sorriso que diz mais do que qualquer frase poderia expressar. É como se o tempo parasse quando estamos ao lado de quem amamos, e o mundo ao redor se tornasse uma extensão do nosso próprio ser.

Desejar, por outro lado, é um fogo que arde, um desejo insaciável que pulsa na pele e no coração, como se o futuro inteiro se concentrasse naquele momento de querer, de anseio profundo. O desejo é como uma chama que nos atrai para o desconhecido, que nos empurra para o que está além do que já conhecemos. É a expectativa de algo que ainda não se concretizou, mas que já nos habita, nos define, nos transporta para lugares que não ousamos alcançar sem esse desejo.

Quando o amor e o desejo se encontram, é como se o vento tocasse o mar em uma tarde tranquila: a brisa suave do amor interage com as ondas intensas do desejo, criando algo único, imprevisível, mas profundamente belo. Amar é o abrigo onde o desejo encontra morada, e desejar é o impulso que mantém vivo o calor do amor. São duas forças que se complementam, se desnudam e se revelam na mais pura intimidade.

Mãos pequenas, coração grande

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publicado às 13:11

CUIDAR E POSSUIR

Cuidar e possuir são palavras que dançam num jogo silencioso de interdependência, onde uma não existe sem a outra, mas cada uma tem o seu próprio peso, o seu próprio modo de ser vivido. Cuidar é um ato de entrega, de se tornar parte do que se ama, de colocar a alma em cada gesto, em cada palavra e, talvez, até em cada respiração. Quando cuidamos de algo ou alguém, fazemo-lo porque o que está diante de nós toca uma parte íntima e profunda da nossa existência. O cuidado não exige posse, mas faz com que o que tocamos, de certa forma, se enraíze dentro de nós.

Por outro lado, possuir é um movimento de afirmação, de vínculo que vai além daquilo que apenas tocamos com carinho. Possuir é ter, é afirmar o direito sobre o outro, sobre o espaço, sobre o que se conquistou. Mas essa posse, que parece ser de controle, na realidade, não é um domínio absoluto. Quando possuímos, algo de nós também se perde, pois ao mantermos o que amamos perto, corremos o risco de sufocar. A posse, por mais que se apresente como um selo de segurança, muitas vezes carrega consigo a sombra da insegurança, do medo de perder, do controle que se busca para não se despojar.

E é no entremeio desses dois gestos – cuidar e possuir – que encontramos as nossas relações mais delicadas. Quando cuidamos, a posse se torna menos relevante, pois o que importa é a fluidez, o ato contínuo de cuidar e ser cuidado. Quando possuímos, talvez o que buscamos, no fundo, seja o alicerce do cuidado, a confirmação de que aquilo ou aquela pessoa que tanto amamos é, na verdade, um reflexo de quem somos. Mas, ao fazer isso, precisamos lembrar que a posse nunca será absoluta. O que possuímos é sempre vulnerável ao tempo, ao desejo do outro e, principalmente, ao nosso próprio ser.

Cuidar e possuir, não se opõem, mas completam-se, oferecendo-nos a chance de explorar os limites da nossa humanidade, da nossa capacidade de amar, respeitar e, talvez, deixar ir.

Mãos pequenas, coração grande

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publicado às 23:14

LANÇAMENTO

É já no dia 10 de Maio. Um sábado para crianças, avós, pais , mães e restante família aparecerem no El Corte Inglês, para partilharem da minha alegria de apresentar o meu primeiro livro para crianças. Vão com certeza gostar tanto quanto os meus filhos gostavam quando eu o lia para eles!
Apareçam e passem uma tarde de sábado muito agradável e cheia de surpresas! Mas atenção porque não é o meu numero de telemovel que aparece nos convites, é o da editora!

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publicado às 14:03

Quando a vontade desaparece

Quando a vontade desaparece o mundo ao redor parece perder um pouco da cor. As coisas continuam acontecendo — o sol ainda nasce, o café ainda esfria, as mensagens ainda chegam — mas há uma ausência silenciosa por dentro. Não é o fim de tudo, mas um intervalo sem nome entre o desejo e a desistência.

É nesse espaço que mora o cansaço não físico, aquele que nem o sono resolve. Talvez porque o querer não se apaga de uma vez, ele vai se apagando aos poucos, como uma vela que arde em silêncio até só restar o pavio.

Mas será que a vontade some de verdade? Ou será que ela apenas muda de forma, se esconde, se transforma em algo que ainda não conseguimos entender? Talvez o que parece desinteresse seja só um pedido de pausa, uma necessidade de recomeçar, mas sem a pressão de saber exatamente para onde ir.

Talvez o desaparecimento da vontade não seja um fracasso, mas um sinal. Uma chamada subtil para olhar com mais cuidado para dentro. Porque existe uma diferença entre estar perdido e estar em transição — embora, por fora, pareçam a mesma coisa.

Quando a vontade desaparece, surge a chance de escutar o que ficou escondido sob o ruído dos planos, dos objetivos, da pressa. O corpo fala, mesmo que em silêncio. Às vezes, a alma apenas sussurra: "ouve-me sem me tentar consertar."

E é nesse ponto, entre a apatia e o recomeço, que mora um tipo estranho de esperança. Não aquela eufórica, cheia de planos e metas. Mas uma esperança calma, quase tímida. Uma semente de vontade que ainda não brotou, mas está lá — esperando o tempo certo, o solo certo, a luz certa.

Aceitar esse momento é, talvez, um dos maiores gestos de coragem. Porque viver também é isso: permitir-se não saber, não querer, não conseguir. E ainda assim, continuar a respirar.

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Mãos pequenas, coração grande

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publicado às 19:27

O Meu Primeiro Livro Infantil

Olá, queridos leitores!

Hoje é um dia muito especial para mim. Tenho o prazer de compartilhar convosco uma nova jornada, algo que sempre esteve no meu coração, mas que só agora encontrei a coragem e o momento para dar vida: o meu primeiro livro infantil,  editado pela Livros Horizonte e com a feliz ilustração de Carolina Branco.

Após mais de 45 livros voltados para os adultos, nunca imaginei que chegaria o dia de escrever para as crianças. A verdade é que, por muito tempo, pensei que o universo infantil fosse algo completamente alheio ao que eu costumava explorar. Mas, ao longo dos anos, percebi que, na essência, não há, assim, tanta diferença. A escrita, seja para adultos ou para crianças, sempre parte de um lugar de emoção, de busca por sentido, de partilha de histórias e sentimentos.

Este livro, MÃOS PEQUENAS, CORAÇÃO GRANDE, nasceu de uma necessidade pessoal de voltar aos temas mais simples e profundos da vida: a curiosidade, a imaginação e, claro, a magia do mundo que se revela aos olhos das crianças. Ao escrever, pensei no que seria capaz de tocar os seus corações, de maneira leve, mas com a mesma intensidade que as histórias para adultos sempre me permitiram explorar.

Em cada página deste livro, quis transmitir algo que considero essencial: que as aventuras, os desafios e as descobertas, fazem parte de um processo contínuo de crescimento. E que, em cada jornada, é a amizade, o amor e a coragem que nos guiam, seja qual for a nossa idade.

Espero que, assim como eu, vocês se sintam encantados pelas páginas ilustradas desta história. E que ela seja, apenas, o início de muitas mais aventuras que eu possa vir a compartilhar com vocês.

Obrigada por me acompanharem nessa nova etapa da minha carreira. Que este livro toque o coração de cada criança – e de cada adulto que ainda guarda dentro de si a criança que foi.

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publicado às 16:15

Encontrar o "eu" em "nós"

Às vezes perdemo-nos na tentativa de pertencer. Vamo-nos moldando,  ajustando, silenciando, tudo pra caber em lugares onde, no fundo, já não era para estarmos por inteiro.

Estar com alguém — seja num amor, numa amizade, numa família — é bonito, mas também é perigoso quando o "nós" apaga o "eu". Quando o carinho se torna concessão constante. Quando o cuidado com o outro se transforma em descuido connosco próprios.

Só que, com o tempo, as pessoas aprendem. Aprendem que dá pra amar e ainda assim manter-se inteiro. Que dá para dividir a vida sem se dividir por dentro. Que o verdadeiro "nós" só existe quando cada "eu" é respeitado.

Encontrar o "eu" em "nós" é isso: não abrir mão da própria voz, só para manter o coro afinado. É olhar-se com verdade, mesmo quando o outro espera outra versão. É saber dizer "isto sou eu". E se o outro não souber lidar, talvez o problema não esteja em si.

Porque o amor de verdade — o amor saudável, o que constrói — não exige que cada um se apague. Ele convida. Ele acolhe. Ele permite que cada um seja o que é, mesmo no plural.

E aí sim, quando o "eu" está bem posicionado, o "nós" deixa de ser prisão e torna-se abrigo.

Mãos pequenas, coração grande

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publicado às 17:47

“A dor de perder duas vezes”

Casou duas vezes. E perdeu duas vezes. A primeira, pela morte. A segunda, pelo divórcio. Duas dores bem diferentes — e ambas a marcaram profundamente.

Quando ficou viúva, parecia que o chão tinha sumido. Ele se foi de repente. Sem aviso, sem tempo, sem escolha. Doeu demais. A casa ficou muda, os dias longos, e o coração cheio de saudade. Mas era uma dor que vinha junto com o amor. Ela sabia que as pessoas se amavam até o fim. E isso lhe dava algum tipo de paz. Ela chorava com a certeza de que o que tivera fora real, bonito, inteiro.

Depois de um tempo, achou que nunca mais fosse amar. Mas a vida surpreende. Conheceu outra pessoa. Casou de novo. Só que esse segundo casamento não durou. O amor foi mudando, tornado cobrança, distância, desgaste. E quando terminou, a dor foi outra.

Não era silêncio. Era ruído. Discussão, frustração, mágoa. Perguntou-se mil vezes onde errara, se poderia ter feito diferente. Sentia vergonha, fracasso. A dor do divórcio amachuca o coração, mas também o orgulho.

Na viuvez, não houve culpa. No divórcio, teve muita. A saudade do primeiro era triste, mas leve. O fim do segundo foi pesado. Confuso.  Desfê-la de dentro para fora.

Hoje ela entende. Na viuvez, a vida decidiu por ela. No divórcio, ela precisou de decidir seguir sozinha. Uma dor veio da perda inevitável. A outra, da escolha difícil. Nenhuma foi fácil. Mas cada uma lhe ensinou algo. E ela segue agora mais forte, mais consciente, e ainda aberta ao amor. Mesmo sabendo que amar, sempre carrega algum risco de dor.

Mãos pequenas, coração grande
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publicado às 23:03

Miguel

Faz agora13 anos que o meu filho Miguel partiu para o outro lado da Eternidade. Durante todo este tempo esteve presente, diariamente, na minha vida, acompanhando alegrias e tristezas, como se fisicamente aqui estivesse.
Passarei o dia em Fátima, não porque isso seja importante para ele, mas porque ele é fruto de um casamento que ali se realizou, na plena consciência de que seria para sempre.
O Miguel foi um homem feliz. Viveu a vida que quis, como quis, com quem quis, onde quis. Recebeu uma educação diversa - a que cada um dos pais lhe deu -, mas fez de ambas, a sua própria interpretação.
Num país de pouca liberdade esta foi, toda a vida, a sua companheira. E eu estarei sempre muito grata a Deus, pelo filho que me deu durante 54 anos!

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publicado às 22:22

Ando a sentir saudades

Ando a sentir saudades como quem tropeça num cheiro antigo, numa música esquecida, numa rua por onde já não passo há tempo demais.
Não sei bem do quê. Talvez de alguém. Talvez de mim.

É uma saudade que não avisa. Chega em silêncio, senta-se ao meu lado e fica. Não faz barulho, mas pesa.
É como se o coração ficasse um pouco mais apertado, como se o peito ganhasse um espaço vazio — mas um vazio cheio de memórias, ecos, vontades.

Ando a sentir saudades dos abraços que não dei, das palavras que engoli, das tardes que não voltei a viver. Dos silêncios partilhados, das risadas inesperadas, do olhar cúmplice que hoje só existe na lembrança.

E há dias em que essa saudade me veste inteira. Me torna mais lenta, mais pensativa. Outros dias, ela só roça a pele, como brisa — mas ainda assim, deixa marca. Talvez a saudade seja o jeito mais belo de dizer que algo valeu a pena.
Mesmo que hoje doa.

Ando a sentir saudades...
E, de alguma forma estranha, a saudade também é um jeito de amar.

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publicado às 13:52

O Poder dos Influencers na Era Digital

Na era das redes sociais, os influencers tornaram-se figuras centrais na forma como consumimos conteúdo, produtos e até ideias. Um influencer é alguém que, por meio de sua presença digital e carisma, conquista a atenção de um público e exerce influência sobre seu comportamento, principalmente em plataformas como Instagram, TikTok, YouTube e Twitter.

Esses criadores de conteúdos podem atuar em diversas áreas — moda, beleza, tecnologia, jogos, educação, entre outras — e muitas vezes constroem comunidades altamente comprometidas. Diferente de celebridades tradicionais, os influencers são vistos como mais "acessíveis" e autênticos, o que cria uma conexão emocional mais forte com os seus seguidores.

Empresas e marcas reconhecem o valor desses perfis e investem, cada vez mais, em parcerias com influenciadores para campanhas publicitárias, lançamentos de produtos e ações de marketing. O chamado marketing de influência tornou-se uma estratégia poderosa, capaz de gerar resultados expressivos em termos de alcance e conversão.

No entanto, a atuação dos influencers também levanta debates importantes sobre responsabilidade, autenticidade e impacto na saúde mental — tanto dos seguidores quanto dos próprios criadores. Questões como transparência em publicidade, disseminação de informações falsas e padrões irreais de vida e aparência, são temas que vêm ganhando espaço nas discussões sobre o universo digital.

Com grande poder vem, também, grande responsabilidade. Por isso, é fundamental refletir sobre o papel dos influencers na sociedade atual e a forma como escolhemos relacionar-nos com esse tipo de conteúdos.

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publicado às 17:18

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