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Helena Sacadura Cabral

Helena Sacadura Cabral

SONHAR O FUTURO

 

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Já alguma vez lhe aconteceu sonhar o futuro? Se sim e o fizer de forma intimista, é como mergulhar fundo no silêncio de si mesmo e ouvir os ecos do que está por vir. É fechar os olhos e sentir os sussurros de possibilidades que ainda não têm forma, mas já habitam o coração.

É aquele momento em que nos permitimos imaginar sem amarras, guiados por um desejo íntimo ou por uma inquietação que teima em pulsar. Sonhar o futuro pode ser como um diálogo entre o seu “eu” presente e o “eu” que quer ser — um encontro no escuro, onde cada detalhe imaginado é uma centelha de esperança ou um medo disfarçado.

Às vezes, o futuro aparece como um quadro esborratado, outras, como um espelho límpido que reflete aquilo que já sabíamos, mas não ousávamos dizer em voz alta. É nesse instante de quietude, antes de dormir ou ao caminhar sozinho, que as imagens vêm: uma cena, um rosto, uma sensação. Não é o futuro em si, mas a essência dele, moldada pelos desejos mais íntimos que carregamos.

Sonhar o futuro é um convite para se escutar a si mesmo e ao mundo — não apenas com os ouvidos, mas com a alma. Que forma ele teria se fosse uma melodia? Que cores surgiriam se outro o pintasse? Se o seu sonho sussurra algo sobre o que está por vir, é porque, talvez, seja hora de perguntar: "O que me impede de o tornar real?"

publicado às 18:35

UMA VIDA

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Se é curioso e gosta de explorar, talvez tenha sido uma criança cheia de perguntas, sempre querendo entender como o mundo funciona. Se é mais artístico, posso imaginar essa criança desenhando, pintando ou inventando histórias, talvez até criando "obras-primas" para pendurar na geladeira.

Se gosta de ajudar ou ouvir as pessoas, talvez fosse o tipo de jovem que todos procuravam para um conselho ou um ombro amigo. Ou, quem sabe, era alguém aventureiro, escalando árvores, correndo ao ar livre e inventando brincadeiras?

Estes foram as dúvidas de alguém, para quem os 45 anos, marcaram um ponto de viragem muito significativo na sua jornada. Essa perceção de que a vida pode (re)começar em qualquer momento foi tremendamente libertadora. Abraçou transformações, encarou desafios, e ainda encontrou espaço para a realização conquistas pessoais.

Licenciou-se, casou, foi mãe, enfrentou um divórcio e depois decidiu viver plenamente, assente numa força interior admirável. É um foco de que a vida é feita de ciclos e que, em cada novo começo, existe uma oportunidade para escrever uma nova história, com coragem e autenticidade.

Encontrar a verdadeira profissão, redescobrir o amor e repensar toda a trajetória, mostram uma pessoa que não só escolheu viver, mas viver plenamente, com intenção e significado. É fascinante como, ao nos permitirmos novas experiências, acabamos encontrando caminhos que nem imaginávamos estar disponíveis para nós.

Este processo de dar um novo sentido à vida é profundamente transformador. Ele reflete maturidade, autoconhecimento e, sobretudo, coragem para deixar o passado para trás e abraçar o presente com toda a sua complexidade e beleza.

A verdadeira profissão e o amor, encontrados nesta fase da vida, parecem ser frutos de uma busca autêntica por aquilo que, realmente, ressoa com o que somos. E a decisão de repensar a vida, em vez de apenas a seguir no automático, é um exemplo de que nunca é tarde para ajustar as velas e navegar rumo a uma nova direção. Esta história é real e verdadeira!

OLHOS NOS OLHOS uma estrela nos Top.

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publicado às 19:09

SE PUDESSE VOLTAR ATRÁS

Quantas vezes já pôs a si próprio esta questão? Algumas, decerto. Importantes. Se pudesse voltar atrás, talvez não mudasse tudo, mas certamente passaria mais tempo naquilo de que hoje sinto falta. Lembra-se daquelas conversas que deixou pela metade? Daqueles olhares que evitou por pressa ou medo? Talvez os prolongasse, deixasse que eles durassem um momento mais, mesmo que na época isso parecesse tolice.

Eu voltaria aos dias em que o sol parecia brilhar de um jeito mais simples, em que a correria do futuro não existia ainda — porque o futuro parecia uma promessa distante e não uma conta que tem de ser paga. Abraçaria mais apertado, diria as palavras que calei, daria menos valor ao que me preocupava e mais ao que me fazia feliz.

Mas também sei que voltar atrás é um desejo enganoso. Talvez o eu de ontem não soubesse o que sei hoje, e é por isso que aquele erro parecia inevitável. Não é só o tempo que muda, somos nós. Se pudesse voltar, eu não encontraria o mesmo cenário — porque, no fundo, não é o passado que queremos mudar, é o peso que ele deixa no coração.

E mesmo assim, é curioso pensar: o que faria diferente? Seria eu mais valente? Mais leve? Ou só mais consciente? Talvez voltar atrás não seja sobre corrigir, mas sobre resgatar. Resgatar a leveza, a esperança, o olhar ingénuo que via o mundo com mais amor do que exigência.

Se pudesse voltar atrás, não corrigiria o passado, mas aprenderia a perdoá-lo. Afinal, é nele que me tornei quem sou, mesmo com as cicatrizes. E talvez seja exatamente isso: viver é aceitar que o tempo segue em frente, mas sempre deixa um pouco de nós para trás, como uma lembrança ou um aviso para o que vem a seguir.

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publicado às 19:17

O ENGANO

O engano é uma experiência universal que permeia as relações humanas, as narrativas sociais e até a forma como nos percebemos. Trata-se de um fenómeno que vai além de simplesmente mentir ou ser enganado; é um mecanismo intrincado, muitas vezes alimentado pela interpretação subjetiva da realidade, pela falta de informação ou pela manipulação intencional.

No âmago do engano está a dissonância entre a verdade e a perceção. Ele pode surgir de maneira inocente, como em mal-entendidos ou erros, ou de forma premeditada, quando utilizado como ferramenta de controle, persuasão ou auto-preservação. Seja qual for a origem, o engano tem um impacto profundo sobre a confiança, um pilar essencial nas relações humanas.

Historicamente, o engano tem moldado civilizações. Lendas e mitologias frequentemente abordam o tema, como o famoso Cavalo de Troia, que exemplifica o uso do engano como estratégia de guerra. No entanto, o engano também é explorado em narrativas modernas, desde enredos de suspense a debates políticos, demonstrando que a sua relevância contínua.

No plano pessoal, o engano pode ser ainda mais complexo. Há momentos em que ele é um reflexo da fragilidade humana — o medo de enfrentar verdades difíceis ou a tentativa de preservar uma imagem idealizada. Paradoxalmente, também podemos enganarmo-nos a nós mesmos, criando ilusões que, embora confortáveis, podem atrasar nosso crescimento.

Refletir sobre o engano é essencial para entendermos as suas nuances e impactos. Ele pode destruir relacionamentos, corroer instituições e alimentar desconfiança, mas também nos desafia a buscar clareza, honestidade e compreensão num mundo onde a verdade nem sempre é óbvia.

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publicado às 16:39

Sorrisos e Memórias Não Envelhecem

Há algo de intemporal nos sorrisos e nas memórias. Enquanto o tempo passa, enquanto os rostos mudam e os cabelos ficam prateados, há momentos que permanecem intactos dentro de nós, como se o calendário nunca os tivesse tocado.

Um sorriso capturado numa fotografia ou guardado na lembrança não carrega rugas. Ele não perde o brilho, não fica opaco. Ele é a essência de um instante, uma alegria pura, um afeto sincero, uma emoção que transcendeu as limitações do tempo.

As memórias, por sua vez, têm o poder de nos transportar. Basta um cheiro, uma música, ou uma palavra, e lá estamos nós, revivendo um momento que parecia esquecido. Não importa quanto tempo tenha passado, o coração sabe reconhecer aquilo que foi verdadeiro.

Sorrisos e memórias são o antídoto contra o efémero. São como âncoras que nos mantêm conectados ao que importa, mesmo quando o mundo insiste em avançar sem pausa. Eles são lembranças de que vivemos, amamos e fomos amados.

Então, cuide das suas memórias. Deixe que os sorrisos sejam eternos. Porque, no fim, são essas relíquias do coração que nos tornam imortais.

                                ( A propósito de um texto de Alda Prado com o mesmo nome )

publicado às 12:27

OLHOS NOS NA TV

Hoje irei conversar com a Tânia Ribas de Oliveira, na sua rubrica OLHOS NOS OLHOS, sobre o meu último livro cujo, título tem o mesmo nome. Não deixa de ser uma agradável coincidência este diálogo em que cada uma de nós se irá encarar desta forma.

Não tenho por hábito chamar a atenção para os programas televisivos a que vou, mas perante esta dupla surpreendente, não resisti. Se quiser assistir ligue o seu aparelho na RTP 1 e ouça-nos com os olhos postos em nós!

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publicado às 14:59

A VINGANÇA E O PERDÃO

Sim, a vingança é bem diferente do perdão, tanto na sua essência como nos seus efeitos emocionais e sociais.

A Vingança é uma resposta negativa a uma ofensa ou dor sofrida, que visa retribuir o sofrimento ao causador do mal. Ela nasce da mágoa e do desejo de "equilibrar" a injustiça, buscando que o ofensor experimente algo similar ao que causou. Embora traga uma sensação temporária de satisfação, a vingança resulta frequentemente num ciclo de ressentimento e conflito, podendo até causar mais sofrimento a quem busca vingança.

O Perdão, por outro lado, é a decisão de libertar a mágoa ou ressentimento que se sente em relação a alguém que causou um dano, sem buscar punição ou retribuição. O perdão não implica aceitar ou justificar o erro, mas sim interromper o ciclo da mágoa. Ele é associado a um alívio emocional, ajudando quem perdoa a seguir em frente sem carregar o peso daquela experiência negativa. Resumindo, diremos que:

  • Vingança é reativa e concentra-se em “corrigir” a dor com uma nova dor.
  • Perdão é uma escolha de deixar a mágoa para trás e encontrar paz, mesmo que o ofensor não mude ou se desculpe.

Embora o impulso de vingança seja comum e até natural, o perdão é geralmente considerado mais benéfico para a saúde emocional, evitando que a dor e a raiva se tornem permanentes.

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publicado às 22:51

A LUTA PELA IDENTIDADE

A luta pela identidade é um tema central para entender os movimentos sociais, culturais e pessoais ao longo da história. Esse conceito envolve o esforço constante de grupos e indivíduos para afirmar quem são, em meio a uma sociedade que muitas vezes tenta padronizar, marginalizar ou silenciar as suas particularidades. As identidades constroem-se por meio de uma combinação de elementos culturais, históricos, sociais e emocionais que formam a visão que cada pessoa ou grupo tem de si mesmo e que deseja que o mundo reconheça.

Essa luta é evidente nas reivindicações de comunidades étnicas, religiosas, LGBTQIA+, feministas, indígenas e outras, que há séculos enfrentam a invisibilidade, o preconceito e a discriminação. A opressão desses grupos é marcada pelo apagamento da sua cultura e valores, a fim de integrar-se a uma norma dominante que ignora ou distorce a diversidade. A busca por identidade torna-se, assim, uma resistência ao apagamento, uma luta pela valorização da própria existência, da história e modo de ser.

A globalização e as redes sociais intensificaram essa luta. Com a possibilidade de partilhar informações e conectar-se com pessoas de todo o mundo, novos movimentos identitários emergem e encontram eco, fortalecendo causas locais e conferindo visibilidade a questões antes confinadas a pequenas comunidades. A internet funciona como um espaço para o diálogo e a troca cultural, permitindo que as identidades se afirmem e evoluam em rede.

Mas, ao mesmo tempo, essa exposição cria tensões e desafios. As identidades, ao serem constantemente analisadas, debatidas e, por vezes, apropriadas, podem sofrer de uma "hipervisibilidade" que reduz a sua complexidade. Por isso, a luta pela identidade também é um processo contínuo de reflexão e proteção das narrativas próprias, sem a necessidade de assimilação ou distorção.

Assim, a luta pela identidade expressa-se em diversas dimensões — pessoal, social, política e cultural — e é uma busca contínua pela dignidade, autenticidade e respeito. É uma afirmação de se ser quem se é, sem precisar de se adaptar aos moldes impostos. Constitui uma vitória e um direito fundamental.

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publicado às 14:08

TÃO DEPRESSA E TÃO DEVAGAR

Os anos passam com um ritmo curioso e contraditório, fluindo de forma tão rápida que mal percebemos os dias desvanecendo, mas ao mesmo tempo com uma lentidão quase cruel, que nos faz sentir o peso de cada instante. É como se estivéssemos num barco que desliza sobre águas ora serenas, ora turbulentas, sem que tenhamos controle sobre a direção ou a velocidade. Alguns dias são mais longos que meses, como se insistissem em ficar gravados, mas outros se perdem num piscar de olhos, deixando apenas rastros sutis, quase impercetíveis, como pegadas na areia levadas pelo vento.

O tempo se move com uma dualidade estranha: parece se esticar quando vivemos uma dor profunda ou aguardamos por algo, mas encolhe e escapa quando nos sentimos plenamente felizes. Num momento, somos crianças, cheias de sonhos e fantasias; no outro, percebemos marcas no rosto e na alma, testemunhas da nossa própria trajetória. E entre um instante e outro, tudo muda e, ao mesmo tempo, tudo parece permanecer.

Essa passagem ambígua do tempo é um espelho que nos mostra o quanto, apesar de tentarmos controlá-lo, ele segue seu próprio rumo, lento e implacável, rápido e fugaz. Talvez, no fundo, seja essa a beleza de viver: sentir, a cada segundo, que os anos se desenrolam de forma misteriosa, e aceitar que a magia do tempo está justamente nesse paradoxo, em que o ontem parece tão distante, e o amanhã, ao alcance da mão.

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publicado às 14:02

LEMBRAS -TE QUANDO FOI?

Lembras-te quando foi? Aquela tarde de céu rosado, com o cheiro doce da chuva que mal tinha começado a cair? Sentados na velha varanda, já desgastada pelo tempo, ríamos de histórias antigas como se fosse a primeira vez que as contávamos. Havia uma leveza naquelas horas, como se o mundo tivesse parado para ouvir as nossas recordações.

Lembras-te quando foi? O dia em que partimos sem destino, só nós e a estrada à frente, sem pressa de chegar. O vento batia nos nossos rostos, misturando-se com o som das nossas gargalhadas. Parecia um sonho distante, mas, na verdade, aconteceu. Quantas memórias guardadas em pequenos detalhes, que só a nossa lembrança reconhece. O tempo era outro, e nós também.

Lembras-te quando foi? Aquela conversa longa até o sol nascer, em que os segredos mais profundos vieram à tona. Havia confiança, cumplicidade, e a sensação de que nada poderia romper aquele momento. Sabíamos que, por mais que a vida nos levasse a lugares diferentes, aquela memória permaneceria intacta, como uma fotografia escondida no fundo de uma gaveta, esperando ser redescoberta.

É curioso como as lembranças são feitas de detalhes tão simples. Uma data exata, talvez, já não importe tanto. Afinal, lembrar não é reviver os minutos, mas os sentimentos que ficaram. O que marca, no final, não é quando aconteceu, mas como, então, nos sentimos- e este é o tipo de lembrança que o tempo não apaga. Por isso não esqueci!

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OLHOS NOS OLHOS um livro em todos os Top.

Disponível nas livrarias e hipermercados.

publicado às 19:13

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